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O
tomate é o
fruto[1] do
tomateiro (
Solanum lycopersicum;
Solanaceae). Embora coloquialmente considerado
verdura, é, na verdade, um
fruto. De sua família, fazem também parte as
berinjelas, as
pimentas e os
pimentões, além de algumas espécies não comestíveis.
Originário das Américas
Central e do
Sul, era amplamente cultivado e consumido pelos povos
pré-colombianos, sendo atualmente cultivado e consumido em todo o mundo.
[editar] Etimologia
"Tomate" origina-se do
náuatle tomatl, através do
castelhano tomate[2].
A maioria dos botânicos atribui a origem do cultivo e do consumo (e mesmo a seleção genética) do tomate como alimento à
civilização inca do antigo
Peru, o que deduzem por ainda persistir, naquela região, uma grande variedade de tomates selvagens e algumas espécies
domesticadas (de cor verde) conhecidas apenas ali.
Estes acreditam que o tomate da variedade
Lycopersicum cerasiforme, que parece ser o ancestral da maioria das espécies comerciais atuais, tenha sido levado do Peru e introduzido pelos povos antigos na
América Central, posto que foi encontrado amplamente cultivado no
México.
Outros estudiosos acreditam que o tomate seja originário da região do atual
México, não apenas pelo nome pertencer tipicamente à maioria das línguas locais (
náuatles), mas porque as
cerâmicas incas não registraram o uso do tomate nos utensílios domésticos, como era costume. Os primeiros contestam tal objeção, pelo fato de que muitas outras frutas e alimentos dos incas também não foram representados nas cerâmicas.
[editar] Características
O tomateiro é uma planta
fanerógama,
angiosperma e
dicotiledônea. Trata-se de um
fruto, uma vez que é o produto do desenvolvimento do
ovário e do
óvulo da
flor, formando o
pericarpo e as
sementes, respectivamente, após a
fecundação. Popularmente, no entanto, não há consenso entre sua classificação como
fruta ou
legume.
O tomate é rico em
licopeno e contém
vitamina C.
[editar] Gastronomia
Tomate, por fora e em corte
Apesar de constantemente associado à
cozinha da Itália, dado seu largo uso na sua culinária italiana, o tomate já era primordialmente consumido nas civilizações
inca,
maia e
asteca antes de ser levado para a Europa. Pertence a um extenso rol de alimentos da América
pré-colombiana desconhecidos do
Velho Mundo antes das grandes navegações, do qual fazem parte o
milho, vários tipos de
feijões,
batatas, frutas como
abacate e o
cacau (de cujas
sementes se faz o
chocolate), afora artigos de uso nativo que se difundiram, como o
chicle (seiva de Sapota (ou
sapoti)) e o
tabaco.
Inicialmente, o tomate era tido como
venenoso pelos europeus e cultivado apenas para efeitos ornamentais, supostamente por causa de sua conexão com as
mandrágoras, variedades de
Solanáceas usadas em feitiçaria.
Os primeiros registros apontam para a sua chegada em Sevilha, na Espanha, no
século XVI, que era um dos principais centros de irradiação comercial para toda a Europa, principalmente
Itália e
Países Baixos. Os italianos logo chamaram os primeiros frutos de
pomo d'oro (pomo de ouro).
A literatura culinária espanhola antiga (1599 - 1611) não registra o uso do tomate. Na Itália,
Antonio Latine escreveu, entre 1692 e 1694, o livro de cozinha napolitana
Lo Scalco alla Moderna, em que uma das suas receitas recomendava levar ao
fogo pedaços de tomate, sem pele ou
sementes, temperando com
salsinha,
cebola e
alho picados, salpicados com
sal e
pimenta, acrescidos de
azeite e
vinagre, para obter um
molho de tomate "de estilo espanhol". Em 1745, o livro do espanhol
Juan Altamiras descrevia duzentas receitas, dentre as quais treze tinham tomate em seus ingredientes. Já na Inglaterra, a partir de 1750, se tem evidências de seu uso pelas famílias
judias, que já o consumiam, muito embora permanecesse suspeito ao restante dos cidadãos até o
século XIX.
Somente no
século XIX é que o tomate passou a ser consumido e cultivado em escala cada vez maior, inicialmente na
Itália, depois na
França e na
Espanha, ganhando popularidade depois que os povos do sul da Europa declinaram sobre aquela suspeita, tornando-o um dos principais ingredientes da
culinária mediterrânea.
Alla bolognesa, à espanhola, à mexicana, à la marselhesa,
alla napolitana,
alla parmigiana, à
la orientale, à
la niçoise, à portuguesa e
à la provençale são apenas algumas das infinitas receitas que adotaram o fruto como ingrediente; uma lista que não para de se renovar.
Os tomates podem ser divididos em diversos grupos, de acordo com seu formato e sua finalidade de uso:
- Santa Cruz, tradicional na culinária, utilizado em saladas e molhos e de formato oblongo;
- Caqui, utilizado em saladas e lanches, de formato redondo;
- Saladete, utilizado em saladas, de formato redondo;
- Italiano, utilizado principalmente para molhos, podendo ainda fazer parte de saladas. Seu formato é oblongo, tipicamente alongado;
- Cereja, utilizado como aperitivo, ou ainda em saladas. É um "minitomate", com tamanho pequeno, redondo ou oblongo.
Além de diferirem em seu formato, os tomates também podem ter variações em sua coloração. Apesar de ser bem mais comum encontra-lo na coloração vermelha, atualmente, novos tipos de tomate podem ser encontrados na cor rosada, amarela e laranja. Os dois últimos são mais difíceis de serem encontrados no Brasil.
[editar] Valor Nutricional
O consumo do tomate é recomendado pelos
nutricionistas por ser um
alimento rico em
licopeno (média de 3,31 miligramas em cem gramas),
vitaminas do
complexo A e
complexo B e minerais importantes, como o
fósforo e o
potássio, além de
ácido fólico,
cálcio e
frutose. Quanto mais maduro, maior a concentração desses nutrientes.
O tomate é composto principalmente de água, possuindo, aproximadamente, catorze
calorias em cem gramas, somente. Alguns estudos comprovam sua influência positiva no tratamento de câncer, pois o
licopeno, pigmento que dá cor ao tomate, é considerado eficiente na prevenção do câncer de próstata e no fortalecimento do sistema imunológico.
De 1986 a 1998, a
Universidade de Harvard, nos
Estados Unidos, analisou os hábitos de 50 000 homens. Segundo os resultados da pesquisa, os homens que consumiam molho de tomate duas vezes por semana tiveram 23 por cento menos incidência de câncer do que outros. A pesquisa concluiu, ainda, que os benefícios podem ser maiores caso o tomate seja cozido, acompanhando um pouco de azeite.
No Brasil, a colheita do tomate é feita predominantemente de maneira manual. Os frutos, retirados das plantas são colocados em
cestas de
bambu ou
sacolas plásticas, semelhantes às utilizadas para a colheita de laranjas. Logo após, os frutos são transportados para galpões, em caixas plásticas, onde são classificados. Já na etapa de colheita, toma-se cuidado para que os frutos não sejam danificados, dando-se especial atenção para evitar que batam uns sobre os outros. Outros danos podem ser provenientes das estacas de bambu, ou dos sistemas de amarrilho utilizados. As sacolas plásticas também costumam causar mais danos ao fruto, na hora da colheita. Durante o transporte, os tomates novamente são submetidos a estragos e possíveis perdas, mesmo que transportados de forma protegida. Estima-se que o mercado brasileiro perde anualmente 30% de sua produção do tomate para mesa.
[editar] Dados Econômicos
Principais produtores - 2005
de tomate (milhões de ton.) |
China | 31,6 |
Estados Unidos | 12,8 |
Turquia | 9,7 |
Itália | 7,8 |
Índia | 7,6 |
Egito | 7,6 |
Espanha | 4,5 |
Irã | 4,2 |
Brasil | 3,3 |
México | 2,1 |
Total mundial | 125,0 |
Fonte: FAO [1] |
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A produção agrícola de tomate no Brasil é bastante desenvolvida, tendo maior importância na economia do
Sudeste e
Centro-Oeste. Nesta região estão localizadas as maiores empresas de processamento do fruto.
A partir de 1995, a produção industrial de tomate saltou 29 por cento, com o desenvolvimento de novos derivados como
sopas,
sucos, tomates dos mais diversos tipos, molhos e o desenvolvimento das redes de
fast-food, com crescimento baseado na busca de maior qualidade, o que trouxe boas oportunidades ao setor.
Estima-se que a produção anual
brasileira do tomate seja de três milhões de toneladas, dos quais dois milhões de toneladas, ou cerca de 77 por cento da produção no Brasil, seja para seu consumo
in natura, sendo o restante utilizado para o processamento de sua polpa, normalmente feito a partir de tomates rasteiros (SEADE, 2003). Os principais estados brasileiros, responsáveis por esta produção são
Goiás,
São Paulo e
Minas Gerais.
A taxa de produção em São Paulo tem característica semelhante a do mercado brasileiro como um todo. No estado, a maior parte da produção (68 por cento) é destinada ao consumo
in natura (CAMARGO FILHO, 2001). Em 2002, o tomate de mesa ocupava a 13ª posição entre os produtos que compunham o
ranking da produção agrícola paulista, em valor. O total correspondia a 325 000 000 de reais (1,56 por cento do total).
[editar] Tomatina de Buñol
Uma guerra de tomates costuma acontecer na
Espanha, toda última quarta-feira de agosto. Desde 1940, durante a festa, os moradores da cidade de
Buñol atiram tomates uns sobre os outros, pintando uns aos outros e as fachadas das casas da cidade com o vermelho da polpa do tomate. Durante a festa, a população desta pequena vila
mediterrânea quadruplica e participam da Tomatina em torno de 38 000 pessoas, dentre moradores da cidade e turistas de todas as regiões do mundo. A origem do festival vem de uma brincadeira de crianças, quando algumas crianças usaram seus almoços para guerrear na praça da cidade.
Notas e referências
[editar] Importância
Equilíbrio ambiental.
[editar] Ver também
[editar] Ligações externas
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