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Xenofobia (do
grego ξένος,
translit. xénos: "estrangeiro"; e φόβος,
translit. phóbos: "medo."
[1]) é o medo irracional, aversão ou a profunda antipatia em relação aos estrangeiros,
[2] a desconfiança em relação a pessoas estranhas ao meio daquele que as julga ou que vêm de fora do seu país.
A xenofobia pode manifestar-se de várias formas, envolvendo as relações e percepções do
ingroup ou endogrupo em relação ao
outgroup ou exogrupo, incluindo o medo de perda de identidade, suspeição acerca de suas atividades, agressão e desejo de eliminar a sua presença para assegurar uma suposta pureza.
[3] Xenofobia pode também assumir a forma de uma "exaltação acrítica de outra cultura" à qual se atribui "uma qualidade irreal, estereotipada e exótica.
[4] A xenofobia pode ter como alvo não apenas pessoas de outros países, mas de outras culturas, subculturas ou sistemas de crenças. O medo do desconhecido pode ser mascarado no indivíduo como aversão ou ódio, gerando preconceitos. Note-se, porém, que nem todo preconceito é causado por xenofobia.
[editar] Xenofobia e preconceitos
A palavra xenofobia é comumente associada a aversão a outras
raças e
culturas. É também associada à fobia em relação a pessoas ou grupos diferentes, com os quais o indivíduo que apresenta a fobia habitualmente não entra em contato ou evita fazê-lo.
Atitudes xenofóbicas incluem desde o impedimento à imigração de estrangeiros ou de pessoas pertencentes a diferentes culturas e etnias, consideradas como ameaça, até a defesa do extermínio desses grupos. Por esta razão a xenofobia tende a ser normalmente associada a preconceitos étnicos ou ligados a
nacionalidade.
Estereótipos pejorativos de grupos minoritários (por exemplo: "asiáticos são sujos", "muçulmanos são violentos", "negros são menos inteligentes", "europeus do norte são superiores aos europeus do sul", "povos
anglo-saxões são superiores aos povos
latinos", etc.) e conflitos de
crenças podem levar um indivíduo ao ódio.
[5][6][7]
[editar] Xenofobia como doença
Em senso mais restrito, xenofobia é o medo excessivo e descontrolado do desconhecido. Neste sentido, é uma
doença e insere-se no grupo das
perturbações fóbicas, caracterizadas por ansiedade clinicamente significativa, provocada pela exposição a uma situação ou objeto temido (neste caso, as pessoas ou situações estranhas ao doente). Pessoas que apresentam este terror persistente, irracional, excessivo e reconhecido como tal, tendem a evitar o contato com estranhos uma vez que esta situação lhes provoca extrema angústia, ansiedade, aumento da
tensão arterial e da frequência cardíaca. Nos casos mais graves pode, inclusive, motivar um
ataque de pânico. O evitamento, antecipação ansiosa ou mal-estar em relação à situação temida, interfere significativamente com as rotinas normais da
pessoa, o exercício ocupacional, os relacionamentos e atividades sociais.
[editar] Tratamento
Para o tratamento da xenofobia são normalmente utilizados os métodos da terapia comportamental. O princípio desta terapia no que concerne às fobias, é o da exposição ao objecto ou situação fóbica. No caso particular da xenofobia, será a exposição do doente a situações estranhas que ativam sua fobia. Assim sendo, o sujeito vai descobrir que tal situação aterrorizadora, não representa qualquer perigo ou ameaça como ele imaginava. Para tanto, o sujeito deve aprender determinadas técnicas para lidar com a ansiedade ou angústia que sente em relação ao encontro com pessoas desconhecidas. De todos os métodos comportamentais, a dessensibilização sistemática parece ser o que melhor resulta no tratamento da xenofobia, uma vez que a exposição à situação ou objecto fóbico é gradual.
A técnica de dessensibilização sistemática foi desenvolvida entre
1952 e
1958 por
Joseph Wolpe,
psiquiatra sul-africano defensor da
terapia comportamental. O doente, durante um estado de relaxamento físico, vai imaginar uma hierarquia de situações que lhe provocam ansiedade, com o objectivo de familiarizar-se com elas e, ao mesmo tempo, com a finalidade de reduzir as respostas ansiosas. Em alguns casos mais graves é habitual a administração de medicamentos que tenham por objectivo principal a diminuição da ansiedade extrema, uma vez que esta impede que se realizem as sessões terapêuticas de uma forma eficaz. Em outros casos, pode-se desenvolver crenças irracionais (geralmente preconceituosas), pelo que também é recomendado que se busquem estratégias cognitivas que trabalhem tais crenças.
[editar] Xenofobia nos países
- Lusofobia (Portugal) - No século XIX, o termo foi algumas vezes usado para descrever o sentimento nacionalista do Brasil, com políticos liberais do Rio de Janeiro e Pernambuco advogando pela redução do envolvimento dos imigrantes portugueses na economia local, embora a maioria fosse descendentes luso-brasileiros.[8]
Referências
- ↑ Oxford Standard English Dictionary (OED). Oxford Press, 2004, CDROM version.
- ↑ Guido Bolaffi. Dictionary of race, ethnicity and culture. SAGE Publications Ltd., 2003. Pp. 331.
- ↑ Guido Bolaffi. Dictionary of race, ethnicity and culture. SAGE Publications Ltd., 2003. Pp. 332.
- ↑ Guido Bolaffi. Dictionary of race, ethnicity and culture. SAGE Publications Ltd., 2003. Pp. 332.
- ↑ O retorno da xenofobia, por Antonio InácioAndrioli.
- ↑ Protestos contra trabalhadores estrangeiros poderão continuar Jornal de Notícias, 4 de fevereiro de 2009.
- ↑ Crise alimenta xenofobia no mercado de trabalho dos EUA. Folha de São Paulo/UOL, 5 de fevereiro de 2009.
- ↑ Mosher, Jeffrey C. "Political Mobilization, Party Ideology, and Lusophobia in Nineteenth-Century Brazil: Pernambuco, 1822-1850" Hispanic American Historical Review - 80:4, November 2000, pp. 881-912
[editar] Ver também
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