segunda-feira, 28 de maio de 2012

Rumo a um mundo sustentável, mudanças são necessárias


Nas discussões preparatórias para a Rio+20, que acontecerá no mês de junho no Rio de Janeiro, duas das questões mais importantes que devem ser respondidas são o que é um mundo sustentável e como é possível se chegar lá.
Em 2050, estima-se que seremos 9 bilhões de pessoas no planeta. A maior parte dessas pessoas viverá em mega cidades, que terão perfil demográfico diferente, já que a expectativa de vida continuará crescendo. China, Brasil e Índia estarão entre as quatro maiores economias mundiais junto com os Estados Unidos, uma mudança geopolítica importante.
O WBCSD  (World Business Council of Sustainable Development), uma organização internacional de empresas pelo desenvolvimento sustentável, elaborou um documento chamado Visão 2050, que pretende apontar caminhos e principais mudanças para que nesse ano, uma população de 9 bilhões de pessoas possa viver bem – com oferta suficiente de alimentos, acesso a saneamento básico e a água potável, habitação, mobilidade, saúde e educação em níveis satisfatórios. Isso tudo em um planeta frágil e com recursos finitos.
Para ser possível atingir a esses objetivos, algumas áreas principais foram identificadas, bem como as ações necessárias para termos o ritmo e escala necessários para superar nossos grandes desafios planetários.

Dentre essas ações são apontadas a necessidade de um estilo de vida sustentável, que permeie todas as classes sociais por meio de mudanças comportamentais, a erradicação da pobreza extrema, a criação de novas oportunidades para a parcela da população mais velha, a precificação e internalização do custo da água, do carbono e dos serviços ambientais nos modelos de produção e consumo, construções extremamente eficientes no uso da energia, soluções integradas e universais de transporte urbano, uso de materiais em um ciclo fechado com total aproveitamento e sem geração de resíduos ou necessidade de criação de novos aterros sanitários.
Além disso, a recuperação de áreas degradadas e a proteção de florestas, concomitantes a um modelo de uso da terra que seja mais eficiente e capaz de fornecer mais alimentos utilizando-se de menos recursos naturais (terra e água).
Todas essas mudanças somente serão possíveis dentro de uma mudança no modelo econômico vigente e na forma como medimos hoje a riqueza de um país, sendo necessário ainda uma coordenação global para que tais mudanças possam acontecer em todos os países, mesmo que em ritmos distintos. Para que possamos almejar e caminhar rumo a um mundo sustentável, o primeiro passo é reconhecer a nossa interdependência e responsabilidade compartilhada para que esse mundo se torne possível.

Letycia Janot (letyciajanot@iterconsultoria.com.br) e Maria Fernanda Franco (mffranco@iterconsultoria.com.br) são consultoras em sustentabilidade, sócias da Iter Consultoria (www.iterconsultoria.com.br) e fundadoras da ONG Igtiba, que  promove o consumo responsável tendo como principal projeto a iniciativa Água na Jarra (www.aguanajarra.com.br).

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