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Este trabalho foi
desenvolvido a partir de uma muda de Eugenia myriophylla obtida em
horto e atualmente com a altura de 30 cm. Devido a dificuldade de
encontrar informações sobre esta espécie cabe uma pequena introdução
para esclarecer as opções escolhidas no decorrer do processo.
A planta, da família das mirtáceas, gosta de bastante luz,
mas não de sol direto nos horários de maior intensidade. Prefere clima
ameno e suporta solo relativamente seco. Têm a característica de
ramificar abundantemente em determinado ponto. São bastante apreciadas
em topiarias comuns de jardim, para formação de cercas e maciços, pois
possibilitam a formação de copas com formas bem desenhadas. De fato, a
tendência da espécie em formar copas densas é enorme. Normalmente estas
copas são tão cerradas que não deixam a luz do sol entrar em seu
interior, o que faz com que as folhas internas sequem muito
rapidamente. Para a formação de um penjing ou bonsai isto, entretanto,
se mostra problemático, pois as copas tendem a crescer em sua
superfície e secar em seu interior, aumentando assim o seu volume
constantemente. Esteticamente a ramificação abundante em determinado
ponto é também uma característica típica dos arbustos e não das árvores
antigas. A espécie, portanto, impõe um esvaziamento constante das copas
com a eliminação dos ramos excessivos.
Outra característica importante da espécie é que recebendo
sol em seu interior, as eugênias brotam facilmente em tronco de
qualquer idade. Entretanto, demora para que o novo broto se harmonize
com a espessura do antigo. O engrossamento do tronco e galhos, assim
como a fixação de ramos aramados demanda mais tempo do que na maioria
das espécies utilizadas para bonsai e penjing.
Todo o trabalho desenvolvido levou em consideração estas
características e pode ser resumido como um constante esvaziar da
planta, aproveitando, a cada etapa, o mínimo suficiente de ramos que a
planta tinha a oferecer para a formação de determinada configuração da
copa. Ainda hoje me impressiona a grande quantidade de material
retirado a cada poda, por vezes com ramos antigos, sem que isso altere
significativamente a configuração geral da copa. |
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A primeira intervenção,
efetuada em setembro de 2005, foi a alteração do pivô central,
realizada através de uma mudança de inclinação do tronco. Nas fotos
acima, podem-se ver os cinco ramos originais bifurcados, na mesma
altura do tronco. Três meses depois, após a inclinação e as devidas
aramações, a configuração geral da copa já estava bastante adiantada
(abaixo). |
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A princípio me pareceu
satisfatório, mas esta versão (acima) não resistiu por muito tempo. O
volume coeso e compacto da copa, ocupando toda a extensão do suiban,
configurava uma árvore muito grande para a paisagem. Deveria optar por
diminuir a árvore ou aumentar o suiban. Neste momento também se
tornaram claros os elementos que deveriam ser harmonizados – planta,
terra, pedra, água, ar e porventura um elemento escultórico para
favorecer a proporção e clima que se apresentava. |
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O segundo suiban, um pouco
maior, 57 x 32 cm, foi feito também de cimento branco, mas modelado
manualmente. As pedras claras, de tom similar ao do tronco, foram
coletadas e somente as junções e assentamentos foram feitos com cimento
(pintados como anteriormente, mas imitando a cor e veios das pedras
utilizadas). |
O movimento do conjunto foi todo voltado
para a área de água. Coloquei uma pedra alta e com tampo chato ao fundo
do lado direito. A idéia foi que ao redor do tampo estivesse o volume
mais alto de substrato. Criou-se assim uma descida entre este ponto e o
volume mais baixo da praia, deliberadamente mais próxima do plano do
suiban.
Este volume mais alto de substrato foi contido por um lado
pela pedra e por outro pelas raízes mais vigorosas do lado direito da
eugênia, criando assim uma espécie de degrau que valoriza e justifica
as raízes. Com isso o tronco ficou também um pouco mais enterrado
diminuindo visualmente sua proporção. Ao lado uma foto logo após o
transplante. |
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Como cuidar:
ResponderExcluirDeve ser regada em condições normais uma vez por dia, entretanto nos dias mais quentes do Verão pode-se molhar também no final da tarde, molhando sempre (pulverizando de preferência) a parte aérea.
Deve-se dar preferência a adubos líquidos a cada 15 dias durante a Primavera e verão, 30 dias no Outono e não deve ser adubada no Inverno.