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quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Raiz

Raiz

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Poderosas raízes de Ficus clusiifolia, figueira-vermelha, presas sobre o muro.

Raízes adventícias
A raiz é o órgão da planta que tipicamente se encontra abaixo da superfície do solo. Tem duas funções principais: servir como meio de fixação ao solo e como órgão absorvente de água, compostos nitrogenados e outras substâncias minerais como potássio e fósforo (matéria bruta ou inorgânica). Quase sempre subterrânea. Há, no entanto, plantas dotadas de raízes especiais, como as figueiras com as suas raízes aéreas, e as plantas epífitas.

Índice

Formação das raízes

Nas pteridófitas, as raízes se desenvolvem nos primeiros estágios do desenvolvimento do esporófito, quando ainda preso ao gametófito. Nas plantas com sementes, raízes têm origem no embrião. O precursor da raiz no embrião, a radícula, é o primeiro órgão a se desenvolver no ato da germinação da semente. Nas dicotiledôneas e Gimnospermas, esta raiz primordial desenvolve-se e torna-se a raiz principal, da qual a maior parte do sistema radicular é derivado. Leva o nome de axial. Já em monocotiledôneas, a radícula se degenera, e todas as raízes brotam a partir da base do caule, conhecidas neste caso como raízes adventícias, ou fasciculada.

Estrutura e função


Raízes em corte barranco, floresta em Avaré

Estrutura da raiz, onde a letra c representa a coifa
Nas Angiospermas, é possível distinguir anatomicamente as raízes de caules subterrâneos por apresentarem xilema na parte mais externa do cilindro vascular e floema na mais interna, quando no caule essa configuração é inversa. Além disso, as raízes não apresentam gemas foliares, que estão presentes nos caules.
Outra característica é a presença da coifa, uma estrutura semelhante a um capuz nas extremidades das raízes, que protegem o meristema apical contra danos causados pelo atrito com o substrato. A coifa é um revestimento de células mortas produzidas pelo próprio meristema. Alguns associam a coifa ao geotropismo positivo das raízes, pois detectaram em suas células grande quantidade de grãos de amido, que se depositam de acordo com a gravidade. Estes grãos orientariam o posicionamento das células em relação ao centro da Terra, fazendo com que as raízes tendessem a crescer para baixo.
Além da coifa, muitas raízes produzem mucilagem, que lubrifica a passagem do meristema na medida em que este avança pela terra, facilitando seu crescimento. Em alguns casos, essa mucilagem é tóxica para outras plantas, impedindo seu crescimento próximo à planta e diminuindo, assim, a competição por espaço, água e nutrientes.
Certas figueiras podem, por vezes, germinar sobre outras árvores. Incapazes de absorver a matéria orgânica presente nos galhos do hospedeiro, como as epífitas, essas figueiras produzem raízes longas e finas que crescem em direção ao solo. Uma vez firmes, essas raízes se engrossam e produzem novas raízes secundárias, que, aos poucos, envolvem a árvore hospedeira. A figueira continua a crescer em volta da árvore até que suas raízes apertem seu tronco e destrua seu sistema vascular. Desta forma, a figueira assume o lugar da árvore onde originalmente germinou.
Em algas e briófitas não há raízes propriamente ditas. Nas primeiras, podem ocorrer apressórios, prolongamentos da base do talo com a função de fixação no substrato. Nas últimas, existem pêlos absorventes responsáveis por algumas funções desempenhadas pelas raízes, mas não passam de uma série de células dispostas em sequência.

Função

  • Essencialmente mecânicas e fisiológicas
  • Promover a fixação da planta, absorver do solo a água e os minerais nele contidos, podendo ainda assumir funções de reserva como outras
  • Desenvolve-se a partir da radícula do embrião, é destituída de clorofila (na maioria dos casos) e nunca possui folhas o que, juntamente com a estrutura interna, permite distinguir em caso de dúvida, como no de certos tubérculos, uma raiz de um caule.

Raiz

Utilidade para o homem

Algumas raízes são comestíveis, como a cenoura, o ginseng, o nabo o rabanete a mandioca e a beterraba. Estas raízes não devem ser confundidas com tubérculos como a batata, nem bulbos como a cebola, pois estes são caules subterrâneos, e não raízes.
Algumas raízes são consideradas medicinais (como o próprio ginseng). Um grupo brasileiro chegou a pesquisar, em 1979, os efeitos anticancerígenos das raízes de Ternstroemia brasiliensis, uma Theaceae.

Tipo de raízes

  • Raiz aprumada, raiz axial, raiz pivotante, raiz perpendicular ou raiz primária - apresentam raiz principal, com coifa maior do que as demais, seu comprimento é maior que o das outras.E também possui ramificações ou raízes secundárias. São características de dicotiledôneas. A raiz axial tem a função também de fazer a fotossíntese. A raiz principal tem função de fixação no solo, e as raízes secundárias a função de absorção de nutrientes e água.
  • Raiz fasciculada ou raiz em cabeleira - gramíneas e outras hipocotiledóneas têm um sistema de raiz fibroso, caracterizado por uma massa de raízes aproximadamente de igual diâmetro. Esse sistema de raízes é denominado de raiz múltipla, ramificada ou fasciculada e não surge como os ramos da primeira raiz, como no caso das raízes axiais; em vez disso, consiste de numerosas raízes em feixes que emergem da base do caule e tem tamanho maior do que a folha.São características das monocotiledônias.[1]
  • Raiz tuberosa - contém grande reserva de substância nutritiva e é muito utilizada na nossa alimentação. Como exemplo dessas raízes, podemos citar a mandioca, cenoura, o cará, a batata-doce.
Obs.: Não confundir raiz tuberosa com caule tuberoso: a planta com raiz tuberosa possui o caule e as folhas fora do solo, ex: mandioca. Os caules tuberosos são aqueles que possuem o caule e a raiz debaixo da superfície do solo.

Raízes aéreas

As raízes aéreas se desenvolvem no caule ou em certas folhas. Classificam-se em duas categorias: caulógenas (também denominadas normais) e adventícias, ambas de origem indígena.Ou seja que seu desenvolvimento seja acima do solo.
  • Raiz suporte ou raiz escora - quando uma planta possui um caule ou um conjunto de raízes muito fraco e essas raízes suportes são responsáveis pela ajuda na sustentação da planta. Descobriu-se recentemente que essas estruturas são ramificações do caule, ou seja, não são raízes.
  • Raiz estrangulante - também chamadas de cinturas ou estranguladoras, São adventícias que abraçam outro vegetal, e muitas vezes seu hospedeiro morre por falta de seiva. ex: araçá, mata-pau.
  • Raiz tabular - é uma raiz lateralmente achatada, como uma tábua. Esse tipo de raiz ocorre em árvores de grande porte e ajuda na fixação e estabilidade da árvore. O xixá e a Figueira são bons exemplos de raízes tabulares.
  • Raiz velame ou raiz cintura - é uma estrutura presente nas raízes aéreas das orquídeas; Tem a função de absorver água da atmosfera.
  • Raiz grampiforme - prendem o vegetal em suportes, emitem uma espécie de grampo que os prende, como muros e estacas. Ex: a raiz da hera.
  • Raiz respiratória ou pneumatóforo - são raízes de algumas plantas que se desenvolvem em locais alagadiços. Nesses ambientes, como os mangues, o solo é geralmente muito pobre em gás oxigênio. Essas raízes partem de outras existentes no solo e crescem verticalmente, emergindo da água; possuem poros que permitem a absorção de oxigênio atmosférico.
  • Raiz sugadora ou raiz haustório - As plantas que possuem esse tipo de raiz são considerados parasitas , pois vivem à custa da outra planta. Essas raízes são adaptadas a extração de alimentos de plantas hospedeiras, sendo característica de planta parasita como:cipó chumbo e a erva-de-passarinho.

Raízes aquáticas

Como o próprio nome sugere, são raízes que se desenvolvem em plantas que normalmente flutuam na água. Sua função, diferente das subterrâneas, não é de fixação, mas de absorção de água e sais minerais.

Raízes tuberosas


Raízes em corte barranco, floresta em Avaré
São raízes que armazenam reserva de alimentos. Em várias espécies, as raízes ficam dilatadas e recebem o nome de raízes tuberosas. Muitas destas raízes são usadas na alimentação humana, como a cenoura, a beterraba, a batata-doce, a mandioca e o nabo.

Ver também

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Referências

  1. Livro Moderna Plus biologia

Bibliografia

  • VIDAL, Waldomiro Nunes & VIDAL, Maria Rosária Rodrigues (1990). Botânica organográfica: quadros sinóticos ilustrados de fanerógamos. (3 ed.). Viçosa: Universidade Federal de Viçosa.
  • Livro Projeto Araribá, ciências 6, ensino fundamental, editora Moderna.
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