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sábado, 15 de setembro de 2012

Misantropia

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O Wikcionário possui o verbete misantropia
Misantropia é a aversão ao ser humano e à natureza humana no geral. Também engloba uma posição de desconfiança e tendência para antipatizar com outras pessoas. Um misantropo é alguém que desconfia da humanidade de uma forma generalizada. A palavra vem do grego misanthropía,[1] a junção dos termos μίσος (ódio) e άνθρωπος (homem, ser humano). O termo também é aplicável a todos aqueles que se tornam solitários por causa dos sentimentos acima mencionados (de destacar o elevado grau de desconfiança que detêm pelas outras pessoas em geral).

Índice

O misantropo

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O Wikcionário possui o verbete misantropo
  • É uma pessoa que tem aversão ao convívio social, prefere viver em isolamento.
  • Aquele que não mostra preocupação em se dar com as outras pessoas, de ter uma vida social preenchida - tendência a ter uma pouca ou praticamente inexistente vida social.
  • Estado de reclusão que alguns indivíduos escolhem para viver.

Formas de misantropia mais comuns

Os misantropos expressam uma antipatia geral para com a humanidade e a sociedade, mas geralmente têm relações normais com indivíduos específicos (familiares, amigos, companheiros, por exemplo). A misantropia pode ser motivada por sentimentos de isolamento ou alienação social, ou simplesmente desprezo pelas características prevalecentes da humanidade/sociedade.
A misantropia não implica necessariamente uma atitude bizarra em relação à humanidade. Um misantropo não vive afastado do mundo, apenas é reservado (introvertido/timido fundamentalmente) e, é precisamente por este fato que é habitual serem poucos os seus amigos ou pessoas que estabeleçam um vinculo afetivo. Olham para todas as pessoas com uma desconfiança, é frequente serem feitos "juízos de cálculo" de cada um que se aproxime, embora muitas vezes não o demonstrem.
São pessoas que não gostam de grande agitação ao seu redor, pois não se sentem bem diante de muita gente, preferindo ficar em casa a sair para locais de diversão (indisposição para ir a lugares com muita gente, o que invariavelmente faz da pessoa uma caseira convicta). Podem ocorrer frequentes mudanças de humor: ora feliz, ora melancólico, o termômetro do estado de espírito fica louco, oscilando constantemente (poucas são as pessoas que vêem este seu aspecto, normalmente as mais próximas). Normalmente são muito perfeccionistas no que gostam de fazer e no que se comprometem a fazer. É muito frequente destacarem-se nas áreas em que estão inseridos (as que eventualmente têm um à vontade), pois dedicam grande parte do seu tempo ao trabalho.
A misantropia costuma aparecer desde logo durante a infância em crianças tímidas, introvertidas e caladas que têm dificuldades em fazer amigos, nomeadamente na escola, preferindo muitas vezes ficarem sozinhas. Com o passar dos anos, tendem a ser bastante sarcásticos/irónicos nas observações que fazem (pode-se dizer que em parte a grande timidez é disfarçada por estas duas características) - têm uma interpretação muito própria de tudo aquilo que vêem e de tudo aquilo que lhes é dito pelas outras pessoas, sendo bastante observadores e atentos ao que os rodeia embora, muitas vezes, não o pareça. Um fato notável é que são muito inteligentes, tendem a resolver desafios e enigmas com muita facilidade, já que vivem de um raciocínio puramente lógico embora não se deixam ser percebido.
Uma das explicações mais consistentes para esta aversão social deriva do fato de darem bastante relevância aos aspectos negativos que constatam nas pessoas ou simplesmente terem medo que estas os desiludam, daí as evitam. Têm uma forte sensibilidade ficando extremamente afetados com tudo o que os rodeia (mesmo que muitas vezes não estejam envolvidos diretamente) daí ser muito fácil, ao longo da vida, passarem por várias depressões.
Expressões evidentes de misantropia são comuns em sátira e comédia, embora a intensa seja geralmente rara. Expressões mais sutis são mais comuns, especialmente para mostrar as faltas/falhas na humanidade e sociedade.
É muito importante salientar que o misantropo tem dificuldades em assumir essas características tanto para si mesmo quanto para as pessoas mais próximas. Raros são os casos em que eles refletem acerca da possibilidade da misantropia ser integrante real das suas vidas, costumando negar a existência desta em todos os casos.

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Eremita

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Um eremita ou ermitão é um indivíduo que, usualmente por penitência, religiosidade, misantropia ou simples amor à natureza, vive em lugar deserto, isolado. O local de sua morada é designado eremitério. Na história da Igreja Católica há um capítulo importante sobre os eremitas e o desenvolvimento da vida monástica, com destaque para Santo Antão do Deserto.

Índice

O eremitismo cristão na história

O eremitismo apresenta dois momentos fortes de expansão: o primeiro nos séculos III e IV e o segundo nos séculos XII e XIII.

O eremitismo nos primeiros séculos do Cristianismo

O eremitismo apresenta dois momentos fortes de expansão no período medieval: o primeiro nos séculos III e IV e o segundo nos séculos XII e XIII.
O primeiro período, entre os séculos III e IV, assiste o surgimento da espiritualidade dos Padres do Deserto, que buscavam através de um estilo de vida austero e contemplativo a união com Deus no deserto do Egito. Eles atraíam muitos seguidores para seus retiros, direção espiritual e conselhos. Estão na raiz do monaquismo oriental. Santo Antão do Deserto tornou-se um modelo destes Padres.

O eremitismo medieval

Segundo Elisabeth da Silva dos Passos em [1] <http://www.ifcs.ufrj.br/~frazao/eremitismo.html>:
"O eremitismo dos séculos XII e XIII foi permeado pelo retorno às fontes, o ideal da vida apostólica e da Igreja Primitiva. Ou seja, os eremitas desejavam imitar rigorosamente os preceitos espirituais presentes no projeto de vida religiosa de Jesus.
No século XII, o eremitismo teria se desenvolvido em três vertentes principais. A primeira consistia na prática da ascese antecedendo a pregação, geralmente, dirigida aos grupos mais necessitados espiritualmente, como os leprosos e as mulheres, ressaltando a questão da pobreza. A segunda propunha que os eremitas estabelecessem vínculos com um mosteiro. E, a última, seria exemplificada através da Ordem dos Cartuxos, que requeria uma vida de penitência e isolamento rigoroso. Bruno de Colônia, o seu fundador, procurou combinar o ideal eremítico, "expresso na busca de Deus através da contemplação", com o cenobitismo, ressaltando, a busca pessoal de Deus.
Por causa da ausência de desertos na Europa Ocidental, os eremitas buscariam refúgios em locais remotos e desabitados, como cimos de montanhas e florestas. A descrição da aparência destes homens era terrível, assim como, as suas habitações. Vestiam-se muito pobres, as pernas apareciam semi-descobertas, usavam barba comprida, pés descalços e, levavam consigo o cilício. A austeridade de suas habitações pode ser constatada através da escolha dos locais, pois viviam em covas, gargantas, ilhas selvagens, bosques funestos e terras não desbravadas.
Podemos dizer que na Europa Medieval nos séculos XII e XIII ser eremita estava intrinsecamente articulado a religiosidade. O eremitismo era um fenômeno religioso marcado essencialmente pela contemplação, ou seja, as orações em retiro, a penitência, a busca pelo isolamento e a mortificação da carne. Através destas práticas culturais específicas da espiritualidade eremítica, estes indivíduos buscavam manter contato com Deus."

Eremitismo na História do Brasil colônia

Santuário de Nossa Senhora da Penha, em Vila Velha(ES)
O Irmão Lourenço, fundador do Santuário do Caraça, por Manuel da Costa Ataíde.
Em 1558, o irmão leigo franciscano Frei Pedro Palácios desembarcou no Espírito Santo com um painel de Nossa Senhora. Lá fundou o Santuário de Nossa Senhora da Penha, em Vila Velha.
O período áureo do eremitismo no Brasil foi durante o ciclo do ouro, ao final do século XVII. Eram leigos que buscavam uma vida ascética, vivendo em geral ao lado de uma ermida construída por eles. As autoridades eclesiais mantinham uma atitude de respeito em relação a este estilo de vida religioso durante o período colonial. Após a romanização do catolicismo brasileiro, o eremitismo leigo caiu no esquecimento.
Há documentação histórica sobre os seguintes eremitas no Brasil colonial:

Eremitas nas artes contemporâneas

Dois exemplos de eremitas são, na literatura o escritor americano Henry David Thoreau, e nas esculturas o alemão Manfred Gnädinger, que expôs suas obras ao ar livre na Galiza até serem destruídas por um derramamento de petróleo.

Referências

  1. Passos, Elizabeth da Silva: O eremitismo nos séculos XII e XIII - texto autorizado para impressão e cópia sem autorização prévia, desde que o nome do autor seja divulgado, segundo exposto no sítio.

Bibliografia

  • Azzi, Riolando (1983): "A instituição eclesiástica durante a primeira época colonial", em: História da Igreja no Brasil, (3a edição), Edições Paulinas/Vozes, Petrópolis, Brasil.

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