Maçã
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Nota: Para outros significados, veja Maçã (desambiguação).
Maçã | ||||||||||||||||
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Maçã vermelha.
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Classificação científica | ||||||||||||||||
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Malus sieversii entre outras. |
Maçã | |
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Valor nutricional por 100 g (4 oz) | |
Energia | 218 kJ (50 kcal) |
Carboidratos | |
Carboidratos totais | 13,81 g |
• Açúcares | 10,39 g |
• Fibra dietética | 2,4 g |
Gorduras | |
Gorduras totais | 0,17 g |
Proteínas | |
Proteínas totais | 0,26 g |
Água | 85,56 g |
Vitaminas | |
Vitamina A equiv. | 3 µg (0%) |
Tiamina (vit. B1) | 0.017 mg (1%) |
Riboflavina (vit. B2) | 0.026 mg (2%) |
Niacina (vit. B3) | 0.091 mg (1%) |
Ácido pantotênico (B5) | 0.061 mg (1%) |
Vitamina B6 | 0.041 mg (3%) |
Ácido fólico (vit. B9) | 3 µg (1%) |
Vitamina C | 4.6 mg (6%) |
Minerais | |
Cálcio | 6 mg (1%) |
Ferro | 0.12 mg (1%) |
Magnésio | 5 mg (1%) |
Fósforo | 11 mg (2%) |
Potássio | 107 mg (2%) |
Zinco | 0.04 mg (0%) |
Percentuais são relativos ao nível de ingestão diária recomendada para adultos. Fonte: USDA Nutrient Database |
Existem mais de 7.500 plantações conhecidas de maçãs, resultando numa gama de características desejadas.
Índice |
Etimologia
"Maçã" originou-se do termo latino MALA MATIANA, que significa "maçãs de Mácio"[2].História
A maçã sempre foi uma importante fonte alimentícia em regiões de clima frio. Provavelmente, a macieira é a árvore cultivada há mais tempo pelo homem[carece de fontes]. É a espécie de fruta, à exceção dos cítricos, que pode ser conservada durante mais tempo, conservando boa parte de seu valor nutritivo. As maçãs de inverno, colhidas no final do outono e guardadas em câmaras ou armazéns acima do ponto de congelamento, têm sido um alimento destacado durante milênios na Ásia e na Europa e, desde 1800, nos Estados Unidos.Informações nutricionais
O consumo regular de maçã é excelente para se prevenir e manter a taxa de colesterol em níveis aceitáveis, com a ingestão recomendada de uma unidade por dia. Esse efeito é devido ao alto teor de pectina, encontrada na casca.[3]
Também auxilia no processo de emagrecimento, pois a pectina dificulta a absorção das gorduras, da glicose e elimina o colesterol. O alto teor de potássio contido na polpa da maçã libera o sódio excedente, eliminando o excesso de água retida no corpo.
Esta passagem carece de fontesTambém apresenta propriedades medicinais, e produz efeitos benéficos sobre o coração, tanto pelo elevado teor de potássio, quanto pela presença de pectina, que evita a deposição de gorduras na parede arterial, prevenindo a arteriosclerose. Por tudo isto, melhora a circulação sanguínea, reduzindo, consequentemente, o trabalho cardíaco e prolongando a vida útil do coração.
Pode ser usada como uma espécie de laxante, pois auxilia na eliminação das fezes. Actua da seguinte maneira: durante a digestão, absorve a água,
e, durante a eliminação, liberta esta água que ficou armazenada, não
deixando que as fezes sequem e causem problemas posteriores, como a
prisão de ventre.
Esta passagem carece de fontesA maçã contém as seguintes vitaminas: B1, B2 e Niacina, além de sais minerais, como fósforo e ferro.[3]
Fermentada, é utilizada na elaboração de bebidas alcoólicas como a sidra asturiana, o Calvados francês e a sagardua basca.
É rica em quercetina, substância que ajuda a evitar a formação de coágulos sanguíneos capazes de provocar derrames. A maçã é recomendada para pessoas com problemas de intestino, obesidade, reumatismo, gota, diabetes, enfermidades da pele e do sistema nervoso. A sua casca seca é empregada como chá para purificar o sangue e como diurético.
Para melhor aproveitamento das suas vitaminas, o ideal é consumi-la ao natural com casca, pois é junto dela que estão a maior parte das suas vitaminas e os sais minerais.
Na hora de comprar, escolha as de casca de cor acentuada e brilhante, polpa firme, pesadas, sem partes moles, furos ou rachaduras. Nessas condições ela se conserva até um mês no frigorífico.
Comércio
Em torno de 55 milhões de toneladas de maçãs foram cultivadas no mundo em 2005, dando um valor aproximado de 10 bilhões de dólares. Cerca de dois quintos desse total foi produzido na China.[4] Cerca de 7,5% foi produzido nos Estados Unidos.[5]Nos Estados Unidos, mais de 60% de todas as maçãs vendidas comercialmente são cultivadas no estado de Washington.[6] As maçãs importadas da Nova Zelândia e outras áreas mais temperadas estão competindo com a produção dos Estados Unidos e aumentando a cada ano.[4]
A maior parte da produção da Austrália é para o consumo interno. As importações provenientes da Nova Zelândia não são aceitas, por causa de uma lei que entrou em vigor em 1921.[7]
Os maiores exportadores de maçãs em 2006 foram: República Popular da China, Chile, Itália, França e os Estados Unidos, enquanto os maiores importadores no mesmo ano foram Rússia, Alemanha, o Reino Unido e a Holanda.[8]
Dez maiores produtores de maçã — 2009 | ||||
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País | Produção (em toneladas) | Notação* | ||
República Popular da China | 31 684 445 | F | ||
Estados Unidos | 4 514 880 | F | ||
Turquia | 2 782 370 | F | ||
Polónia | 2 626 270 | F | ||
Irã | 2 431 990 | F | ||
Itália | 2 313 600 | F | ||
França | 1 953 600 | F | ||
Índia | 1 795 200 | F | ||
Rússia | 1 596 000 | F | ||
Brasil | 1 222 890 | F | ||
Total Mundial | 52 921 245 | A | ||
*Notação: Nenhuma letra = cifra oficial F = estimativa da FAO A = total agregado, incluindo valores oficiais e estimados Fonte: FAO |
Espécies cultivadas
Há mais de 7 500 espécies e variedades de maçãs. As diferentes espécies encontram-se em climas temperados e subtropicais, já que macieiras não florescem em áreas tropicais, pois necessitam de um número considerável de horas de frio, que é variável em função da variedade cultivada. As variedades da família da Gala, por exemplo, necessitam de um inverno com cerca de 700 horas de frio (temperatura abaixo de 7,2 °C) para terem o rendimento ideal na colheita.A seguir, há uma lista das espécies cultivares mais comuns e onde são cultivadas, juntamente com o ano e local de origem:
- Blackjohn: Brasil
- Braeburn: Nova Zelândia (desde 1950), Estados Unidos
- Cameo: Washington (desde 1980)
- Cortland: Nova York (desde o final de 1890)
- Cox's Orange Pippin: Reino Unido, Nova Zelândia
- Egremont Russet: Bretanha
- Empire: Nova Iorque (desde 1966)
- Fuji: Japão (desde 1930), Ásia, Austrália, Brasil, Argentina
- Gala (maçã): Nova Zelândia (desde 1970), Estados Unidos, Brasil, Argentina
- Ginger Gold: Virgínia (final de 1960)
- Golden Delicious: Estados Unidos (desde 1890), Europa, Brasil, Argentina
- Granny Smith: Austrália (desde 1868), Califórnia, Brasil
- Honeycrisp: Minnesota (desde 1960)
- Idared: Idaho (desde 1942)
- Jonagold: Nova Iorque (desde 1968), e em outras partes dos Estados Unidos
- Jonathan: Nova Iorque (desde 1920), e em outras partes dos Estados Unidos
- Lodi: Ohio
- McIntosh: Canadá (desde 1811)
- Newtown Pippin: Nova Iorque (desde 1759), Oregon
- Old Apple: Ontário
- Pink Lady: Austrália (desde princípios de 1970), Leste dos Estados Unidos, Brasil
- Red Delicious: Iowa (desde 1870), e em outras partes dos Estados Unidos, Argentina, Chile
- Rome Beauty: Ohio (desde princípios de 1800)
- Willie Sharp: Brasil
- Winesap: Estados Unidos
- Worcester Permain: Reino Unido
Aspectos culturais
Paganismo germânico
Na mitologia nórdica, a deusa Iðunn é retratada no Prosa Edda (escrito no século XIII por Snorri Sturluson) como a fornecedora de maçãs para deuses que lhes dão a juventude eterna. A acadêmica inglesa Hilda Ellis Davidson diz que práticas religiosas com maças eram desenvolvidas na mitologia nórdica. Ela ressalta que baldes de maçãs foram encontrados no navio Oseberg na Noruega, e que as frutas e nozes (Iðunn tendo sido descrito como sendo transformada em uma porca em Skáldskaparmál) foram encontrados nos túmulos dos primeiros povos germânicos na Inglaterra e outras partes da Europa, que pode ter tido um significado simbólico, e que as nozes são ainda um simboliza fertilidade, no sudoeste da Inglaterra.[9]Davidson observou uma ligação entre maçãs e os Vanir, uma tribo de deuses associados com a fertilidade na mitologia nórdica, citando um exemplo de onze "maçãs douradas" a ser dada para cortejar a bela Gerðr por Skirnir, que era mensageiro dos principais deuses. Davidson também observa uma conexão ainda mais entre a fertilidade e as maçãs na mitologia nórdica no capítulo 2 da saga Völsunga quando a deusa principal Frigg envia ao Rei Rerir uma maçã, o mensageiro de Frigg (sob a forma de um corvo) deixa cair maçã em seu colo enquanto ele fica no topo de um monte.[10] O consumo das maças resulta na gravidez da mulher de Rerir, nascendo mais tarde o herói Volsungo.[11]
Além disso, Davidson assinala a "estranha" expressão "Maçãs de Hel" usada em um poema do século XI pelo skald Thorbiorn Brúnarson. Ela afirma que skald poderia ter pensado que maçã era o alimento dos mortos. Além disso, Davidson observa que a deusa germânica Nehalennia às vezes é representada com maçãs. Davidson afirma que, enquanto o cultivo da maçã no norte da Europa se estende até pelo menos no tempo do Império Romano e chegou à Europa a partir do Oriente, as variedades nativas da maçã são pequenas e amargos. Davidson conclui que na figura de Iðunn "devemos ter um pálido reflexo de um velho símbolo: o da deusa guardiã do fruto doador da vida do outro mundo".[9]
Mitologia grega
Na mitologia grega, as maçãs aparecem em muitas tradições religiosas, muitas vezes como um místico ou um fruto proibido. Um dos problemas para identificar as maçãs na religião, mitologia e lendas populares é que a palavra "maçã" era usado como um termo genérico para todos os frutos (estrangeiros).[12] Por exemplo, na mitologia grega, o herói grego Héracles, como parte de seus doze trabalhos, foi obrigado a viajar para o Jardim das Hespérides e pegar as maçãs de ouro da Árvore da Vida.[13][14][15]A deusa grega da discórdia Eris, ficou insatisfeita depois que ela foi excluída do casamento de Peleu e Tétis.[16] Em retaliação, ela jogou uma maçã de ouro na festa de casamento.
A maçã foi considerada, na Grécia antiga, o símbolo do amor.[17]
O fruto proibido no Jardim de Éden
Embora o fruto está como proibido no livro de Génesis, a popular tradição cristã considerou que não foi uma maçã que Eva persuadiu Adão a compartilhar com ela.[18] Em latim, a palavra "maçã" e "mal" são semelhantes (malum, "uma maçã", malum, "um mal, uma desgraça"). Isso também pode ter influenciado a maçã ter se tornando o "fruto proibido". A laringe na garganta humana tem sido chamada de "maçã de Adão".[18] A maçã também é um símbolo de sedução sexual.[18]O fruto de Isaac Newton
Não se pode afirmar com certeza que a história de que Newton estava sentado embaixo de uma macieira e uma maça caiu em sua cabeça seja verdadeira, mas suposto ocorrido hipoteticamente fez com que o cientista ficasse ciente da existência da força da gravidade.A maçã e Apple
A marca de eletrônicos Apple adotou a maça como marca registrada. A dentada na maçã foi introduzida no design para que não fosse confundida com uma cereja .O nome Macintosh, um dos produtos da empresa, é inspirado no tipo de maçã McIntosh Red, variedade comum nos Estados Unidos.Nutrição
O ditado Uma maçã por dia mantém o médico longe, mostra os efeitos da maçã na saúde, a citação foi criada no século XIX no País de Gales.[19] Uma pesquisa revelou que as maçãs podem reduzir o risco de câncer de cólon, câncer de próstata e câncer de pulmão.[19] Em comparação com muitas outras frutas e vegetais, a maçã contêm quantidades relativamente baixas de vitamina C, mas são uma fonte rica de outros antioxidantes compostos.[20] O teor de fibra, embora menos que na maioria dos outros frutos, ajuda a regular os movimentos intestinais e pode assim, reduzir o risco de câncer de cólon. Eles também podem ajudar com doenças cardíacas,[21] a perda de peso,[21] e ajudam a controlar o colesterol. A fibra contida nas maçãs reduz o colesterol, evitando a reabsorção, e (como a maioria das frutas e vegetais) são volumosos para o seu conteúdo calórico.[21][22] No entanto, as sementes da maçã são levemente venenosas, contendo uma pequena quantidade de amygdalin. Ela geralmente não é forte o suficiente para oferecer perigo aos seres humanos, mas pode matar os pássaros.[23]Há evidências de experimentos em que foi supostamente confirmado que as maçãs possuem fenólicos compostos que podem ser uma proteção contra o câncer.[24] O fenólicos predominante nas maçãs são a quercetina, epicatequina e procianidina B2.[25]
O suco de maçã tem um concentrado teor de neurotransmissor acetilcolina em camundongos, fornecendo um mecanismo potencial para a "prevenção do declínio da performance cognitiva que acompanha a deficiências alimentares e genéticas e combate o envelhecimento." Outros estudos têm mostrado uma "redução do dano oxidativo e declínio cognitivo" em ratos após a ingestão do suco de maçã.[26] Pesquisadores da Universidade Chinesa de Hong Kong descobriram que moscas que foram alimentados com um extrato de maçã viveram 10% mais em relação às outras moscas.[27]
Referências
- ↑ Maçãs acendem lâmpada de led e inspiram sustentabilidade. Yahoo!.
- ↑ FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.1 056
- ↑ a b Jocelem Mastrodi Salgado. Alimentos inteligentes. [S.l.]: Prestígio, 2005. ISBN 9788599170205
- ↑ a b Kristin Churchill. Chinese apple-juice concentrate exports to United States continue to rise. Great American Publishing. Arquivado do original em 16 de outubro de 2006. Página visitada em 22 de janeiro de 2008.
- ↑ Ferree, David Curtis; Ian J. Warrington. Apples: Botany, Production and Uses. [S.l.]: CABI Publishing, 1999. ISBN 0851993575 (OCLC 182530169)
- ↑ Desmond, Andrew. The World Apple Market. [S.l.]: Haworth Press, 1994. 144–149 p. ISBN 1560220414 (OCLC 243470452)
- ↑ Gavin Evans (9 de agosto de 2005). Fruit ban rankles New Zealand - Australian apple growers say risk of disease justifies barriers. International Herald Tribune. Página visitada em 9 de agosto de 2005.
- ↑ FAO. Faostat.fao.org (2009-08-12). Página visitada em 2010-11-07.
- ↑ a b Ellis Davidson, H. R. (1965) Gods And Myths Of Northern Europe, page 165 to 166. ISBN 0140136274
- ↑ Ellis Davidson, H. R. (1965) Gods And Myths Of Northern Europe, page 165 to 166. Penguin Books ISBN 0140136274
- ↑ Ellis Davidson, H. R. (1998) Roles of the Northern Goddess, page 146 to 147. Routledge ISBN 0415136105
- ↑ Sauer, Jonathan D.. Historical Geography of Crop Plants: A Select Roster. [S.l.]: CRC Press, 1993. p. 109. ISBN 0849389011
- ↑ Wasson, R. Gordon. Soma: Divine Mushroom of Immortality. [S.l.]: Harcourt Brace Jovanovich, 1968. p. 128. ISBN 0-15-683800-1
- ↑ Ruck, Carl; Blaise Daniel Staples, Clark Heinrich. The Apples of Apollo, Pagan and Christian Mysteries of the Eucharist. Durham: Carolina Academic Press, 2001. 64–70 p. ISBN 0-89089-924-X
- ↑ Heinrich, Clark. Magic Mushrooms in Religion and Alchemy. Rochester: Park Street Press, 2002. 64–70 p. ISBN 0-89281-997-9
- ↑ Herodotus Histories 6.1.191.
- ↑ Edmonds, J. M., trans.; rev. John M. Cooper. "Epigrams". Plato: Complete Works. Ed. John M. Cooper. Indianapolis: Hackett, 1997. p 1744, note to VII. Print.
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- ↑ Lee KW, Lee SJ, Kang NJ, Lee CY, Lee HJ. (2004) "Effects of phenolics in Empire apples on hydrogen peroxide-induced inhibition of gap-junctional intercellular communication". Biofactors 21 (1–4): 361–5. DOI:10.1002/biof.552210169. ISSN 0951-6433. PMID 15630226.
- ↑ Lee KW, Kim YJ, Kim DO, Lee HJ, Lee CY. (Outubro 2003) "Major phenolics in apple and their contribution to the total antioxidant capacity". J. Agric. Food Chem. 51 (22): 6516–6520. DOI:10.1021/jf034475w. ISSN 0021-8561. PMID 14558772.
- ↑ For prevention of dementia: Chan A, Graves V, Shea TB. (agosto 2006) "Apple juice concentrate maintains acetylcholine levels following dietary compromise". Journal of Alzheimer's Disease 9 (3): 287–291. ISSN 1387-2877. PMID 16914839.
- ↑ Maher, Theresa. Antioxidants Found in Apples May Extend Lifespan. Journal of Agricultural and Food Chemistry. Página visitada em 24 de março de 2011.
Ver também
Ligações externas
Alimentos | Lista de frutas | Lista de vegetais
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A MENINA DAS MAÇÃS -
Depois
de ter sido divulgada como fato real o próprio Herman Rosenblatt
esclareçeu publicamente que concentação e, posteriormente, encontrando
Rama, o grande amor de sua vida, que também havia crescido e
vivsua ”história de amor” só ocorreu em “sua imaginação”, ligando
“fatos reais de sua vida em campos de endo os hrorrores de contínuas
perseguições, mudanças involuntárias, medos e inseguranças.”
Agora
se sabe que essa “história”, da forma que foi contada e abaixo
transcrita, “com uma garota judia jogando maçans sob a cerca de um
campo de concentração para um garoto judeu, e anos depois
reencontrarem-se em Nova York, sem saberem quem era quem, e se
apaixonarem perdidamente…” não ocorreu de fato. Assista a entrevista
de Herman, concdida àe ABC News.
Por Herman Rosenblat *
Agosto de 1942 – Piotrkow, Polônia.
Naquela
manhã o céu estava sombrio, enquanto esperávamos ansiosamente. Poucas
horas antes todos os homens, mulheres e crianças do gueto judeu de Piotrkow foram arrancados de suas casas e arrebanhados na praça do gueto – para remoção coletiva, segundo os rumores que se espalhou.
Meu
pai havia falecido recentemente de tifo, que se alastrara através do
gueto abarrotado. Meu maior medo era separarem nossa família.
“O
que quer que aconteça,” murmurou Isidore, meu irmão mais velho. “Não
lhes diga a sua idade verdadeira; diga que tem dezesseis anos”.
Apesar
de magro em virtude da falta de alimentos eu era bem mais alto do que
outros meninos de 11 anos que conhecia; talvez poderia ser confundido e
assim, ser considerado valioso como um trabalhador.
Um
homem da SS se aproximou com passos firmes, com botas estalando nas
pedras grosseiras do piso. Olhou-me de cima a baixo e perguntou minha
idade. “Dezesseis”, eu disse. Ele mandou-me ir à esquerda, onde já
estavam meus três irmãos e outros jovens saudáveis.
Ela
jamais havia falado de forma tão aspera assim! Depois eu entendi porque
ela havia falando daquela forma comigo: ela estava me protegendo. Ela
nos amava tanto que, apenas naquela única vez, ela fingiu não fazê-lo.
Foi a última vez que a vi.
Meus
irmãos e eu fomos transportados de trem até a Alemanha. Semanas depois,
confinado dentro de um vagão de gado que parava várias vezes por dia em
virtude de incotáveis barreiras e paradas, chegamos ao campo de
concentração de Buchenwald e fomos imediatamente conduzidos a uma
barraca lotada. No dia seguinte recebemos uniformes e números de
identificação.
“Não me chamem mais de Herman”, eu disse aos meus irmãos. “Chamem-me 94938″.
Colocaram-me
para trabalhar no crematório do campo, carregando corpos em um elevador
manual. Ao fim do primeiro dia de trabalho eu também já me sentia como
morto; insensibilizado por aquele horror eu me tornara simplesmente um
número. Logo, meus irmãos e eu fomos mandados para Schlieben, um dos
sub-campos de Buchenwald, perto de Berlim.
Em
uma certa manhã pensei que ouvi a voz de minha mãe: “Filho” disse ela,
suave mas claramente; “Vou mandar-te um anjo.” Então acordei, havia sido
apenas um sonho! Um lindo sonho! Mas nesse lugar não poderia haver
anjos. Havia apenas trabalho, fome, medo, dor e morte…
Dias
depois, caminhando sozinho entre as barracas do campo, próximo a uma
das cercas de arame farpado, onde os guardas não podiam enxergar
facilmente, observei alguém do outro lado da cerca: uma pequena menina
com suaves, quase luminosos cachinhos. Ela estava meio escondida atrás
de uma bétula. Dei uma olhada em volta para certificar-me de que ninguém
me via, e a chamei baixinho, em alemão.
“Você
tem algo para comer?” Mas ela não entendeu. Aproximei-me mais da cerca e
sempre olhando para os lados repeti a pergunta em Polonês. Eu estava
magro e raquítico, com farrapos envolvendo meus pés, mas a menina
parecia não ter medo e se aproximou. Em seus olhos eu vi vida. Ela
pegou uma maçã do seu casaco de lã e a jogou sobre a cerca. Agarrei a
fruta e, assim que comecei a fugir, ouvi-a dizer baixinho, “Virei vê-lo
amanhã”!
Daquela
dia em diante, com precauções sempre renovadas, sempre que
podia voltava ao mesmo local da cerca, na mesma hora. Ela estava sempre
lá, com algo de comer para me dar – um pedaço de pão ou, melhor ainda,
uma maçã. Em todos aqueles momentos jamais ousávamos falar ou
demorarmos. Sermos pegos significaria morte para nós dois. Não sabia
nada sobre ela, apenas que era uma menina de fazenda entendia Polonês.
Qual era o seu nome? Porque ela arriscava sua vida por mim?” Boa parte
de minhas poucas esperanças em sobreviver estava naquele pequeno
suprimento de alimentos que aquela menina, do outro lado, me trazia.
Aproximadamente
sete meses depois, eu e meus irmãos fomos abarrotados em um vagão de
carvão e enviados para o campo de Theresiensatdt, na Tchecoeslováquia.
“Não volte”, eu disse para a menina naquele dia. “Estamos partindo”.
Voltei-me em direção às barracas sem olhar para trás, com medo de ser
apanhado. Nem mesmo disse adeus a pequena menina, cujo nome eu nunca
aprendi. A menina das maçãs.
Permanecemos
em Theresienstadt por três meses. A guerra estava diminuindo e as
forças aliadas se aproximando, muito embora meu destino parecia
estar selado: estava agendado para morrer na câmara de gás às 10 horas
da manhã do dia 10 de maio de 1945. Soube disso através de outro
prisioneiro que limpava os escritórios do campo e sempre que possível
lia ordens do camando afixados em alguns quadros. Assim, por muitas
vezes ficavamos sabendo o que iria ocorrer nos dias seguintes. Quando
soube disso, não chorei, não tinha mais lágrimas para chorar. Não tinha
mais medo da morte; na verdade, algumas vezes a desejava… Mesmo assim,
nos três crepúsculos silenciosos das noites que antecederam o dia
marcado, tentei me preparar para minha morte. Por tantas vezes a morte
pareceu pronta para me reclamar, mas de alguma forma eu sobrevivi.
Agora, tudo estava acabado. Pensei nos meus pais. Ao menos, pensei,
estaríamos reunindos novamente.
No
entanto, pouco antes das 8:00 horas do dia em que estava marcado para
morrer, ocorreu uma comoção no campo. Ouvi explosões, tiros, gritos…
Olhei pela porta da barraca onde estava e vi pessoas correndo em todas
as direções através do campo. Juntei-me aos meus irmãos e perguntei-lhe o
que estava ocorrendo, mas não sabia de nada. Minutos depois um
prisioneiro entra no barraco onde estávamos e grita: “Os russos estão
aqui, os alemães estão mortos ou fujiram, os portãos do campo estão
abertos!” Saímos e vimos todos correndo para for a do campo, então
corremos também sem sabermos para onde íamos.
Surpreendentemente,
eu e meus irmãos sobrevivemos. Não tenho certeza como, mas sabia
que aquela menina das maçãs tinha sido uma das razões da minha
sobrevivência.
No
local onde o mal parecia triunfar, a bondade de uma pessoa gerou-me
esperanças e acabou contrinuíndo para salvar a minha vida.
Minha mãe havia prometido enviar-me um anjo, e o anjo apareceu…
Com
a ajuda e piedade de tantos que encontrei pelos caminhos que percorri
depois da libertação do campo, meses depois consegui chegar à
Inglaterra, onde fui socorrido pela Caridade Judaica: me alojaram em uma
hospedaria com outros meninos que sobreviveram ao Holocausto e em uma
escola onde, além do inglês e disciplinas regulares estudavamos
eletrônica. Cinco anos depois fui para os Estados Unidos, para onde meu
irmão Sam já havia se mudado. Servi no Exército por dois anos durante a
Guerra da Coréia e retornei a Nova Iorque.
Em
agosto de 1957, com economias que fiz do salário que recebi no
exército, abri uma lojinha de consertos eletrônicos. Estava começando a
estabelecer-me, a verdadeiramente iniciar uma nova vida…
Um dia, meu amigo Sid, que conheci da Inglaterra, me telefonou.
“Tenho um encontro. Ela tem uma amiga polonesa. Vamos sair juntos?”
Um encontro às cegas? Não, isso não era para mim.
Mas
Sid insistiu tanto que poucos dias depois fomos ao Bronx buscar a
garota com quem Sid iria sair, e a amiga dela, a polonesa Roma.
Tenho
que admitir, para um encontro às cegas, não foi tão ruim. Roma era
enfermeira em um hospital do Bronx. Ela era gentil e esperta. Bonita,
também, com cabelos castanhos cacheados e olhos verdes amendoados que
faiscavam com vida.
Nós
quatro nos dirigimos até Coney Island. Roma mostrou ser uma boa
companhia com quem era fácil falar e gostoso de se estar junto.
Descobri que ela era igualmente cautelosa com encontros às cegas.
No
início, estávamos apenas fazendo um favor aos nossos amigos. Demos um
passeio na beira da praia, gozando a brisa salgada do Atlântico e depois
jantamos perto da margem. Não poderia me lembrar de ter tido momentos
melhores.
Voltamos ao carro do Sid, Roma e eu dividimos o assento traseiro.
Como
judeus europeus que haviam sobrevivido à guerra, sabíamos que muita
coisa foi deixada sem ser dita entre nós. Ela puxou o assunto, “Onde
você estava”, perguntou delicadamente, “durante a guerra?”
“Nos campos de concentração”, disse. Terríveis memórias, irreparáveis perdas… Tentei esquecer, mas como esqueçer tantas dores?
“Minha
família se escondeu em uma fazenda na Alemanha, próximo de Berlim”,
disse-me ela. “Meu pai conhecia um padre, e ele nos deu papéis arianos.”
Imaginei
como ela deve ter sofrido também, medo, uma constante companhia. Mesmo
assim, aqui estávamos, ambos sobreviventes, em um mundo novo.
“Havia
um campo perto da fazenda”, continuou Roma. “Eu via um menino lá e
sempre que possível lhe jogava alguma comida, especialmente maçãs.”
“Ele era alto, magro e faminto. Devo tê-lo visto, quase diariamente, por uns seis meses.”
Meu coração estava aos pulos, descontrolado. Não podia acreditar. Isso não podia ser!!!
“Ele lhe disse, um dia, para você não voltar porque ele estava saindo de Schlieben?”.
Roma me olhou estupefata, de uma forma tão profunda que senti como se meus olhos tivessem sidos atravessados. “Sim!”.
“Era eu!”.
Estava
para explodir com um misto de alegria e susto inundado meu coração. Não
podia acreditar! Reencontrei a menina das maçãs, o meu anjo!
“Não
vou deixar você partir”, disse-lhe em seguida. E na trazeira daquele
carro, naquele encontro às cegas, pedi-a em casamento. Não queria
esperar.
“Você está louco!”, disse ela. Mas convidou-me para conhecer seus pais no jantar do Shabbat da semana seguinte.
Havia
tanto que eu ansiava descobrir sobre Roma, mas as coisas mais
importantes eu sempre soube: sua firmeza, sua bondade. Por muitos meses,
nas piores circunstâncias, ela veio até a cerca e me trouxe esperanças.
Semanas
depois, com o consentimento da família, ela disse sim. Hoje, após quase
50 anos de casamento, dois filhos e três netos, ela continua sendo meu
ano e eu jamais a deixarei partir…
Se alguém viver quatrocentos anos, ele dificelmente passará pelas experiências que passei em sessenta…
*
Herman Rosenblat, sobrevivente do holocausto, tecnico eletrônico
aposentado. A vida não permitiu que Herman celebrasse seu Bar Mitzvah
(cerimônia religiosa onde os meninos judeus marcam sua entrada na
maioridade; mas em fevereiro de 2006, então com 75 anos de idade,
finalmente o fez…
Notas
1.
Os nomes verdadeiros dos atores reais desta história de vida são Herman
e Rona Rosenblat. Os nomes reais foram revelados posteriormente pelos
próprios protagonistas, em reportagem (com fotos do casal) da revista Guideposts, na edição de agosto de 2006.
2. Depois da entrevista à revista Guideposts, o casal se recolheu e não concedeu mais entrevistas à imprensa.
3.
O nome Herman Rosenblat conta no catalogo telefônico de Miami (edição
2007), o que faz supor de que pelo menos um deles ainda está vivo.
4.
Esta “história” foi adaptada para o cinema e filmada pela Atlantic
Overseas Pictures em parceria com a EuroCo Productions, com o título Flower of the Fence, estrelado por Richard Dreyfuss.
5. Este artigo foi originalmente publicado em inglês por Our Prayer
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