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quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Planeta Sustentável

Quarta-feira, 17 de Agosto de 2011

atitude
Marcos Lima

Nelson Pedroso trabalhando na horta da Associação Global de Desenvolvimento Sustentável

  pela cidade

Hortas urbanas

Canteiros cheios de verduras e legumes transformam terrenos vazios ou degradados em espaços que geram renda e alimentam a comunidade

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Por Letícia de Almeida Alves
Revista Arquitetura e Construção - 06/2008
Imagine canteiros repletos de pés de cenoura, alface e beterraba na acizentada paisagem da metrópole. Essas hortas existem e inspiram a população da capital paulista e municípios vizinhos ao mostrar que é possível ocupar, de um jeito nobre, áreas usadas como depósito de entulho ou como reduto da marginalidade. A ONG Associação Global de Desenvolvimento Sustentável (AGDS), de São Bernardo do Campo, foi uma das pioneiras dessa iniciativa. Há 21 anos viu nos terrenos da Eletropaulo que abrigam as torres de transmissão de energia a oportunidade de semear ali mudas de hortaliças. “Aqui era um verdadeiro lixão”, diz o presidente da AGDS, Nelson Pedroso, ao se referir aos terrenos da avenida Vivaldi, de 3 mil m2, onde 12 famílias pegam na enxada.

SEMENTE VIVA
O cultivo de hortas comunitárias em São Paulo tem efeitos exemplares. Não só leva a verdura fresquinha à mesa da população mais carente como requalifica os espaços urbanos. Áreas improdutivas e poluídas, sem fauna e flora, só prejudicam a vida nas cidades”, diz a arquiteta Noemie Nahum, da PUC-Campinas. Um problema que a prefeitura de São Paulo vem driblando com o Programa de Agricultura Urbana e Periurbana (Proaurp). “O principal objetivo é o combate à desnutrição”, diz a coordenadora Nísia Serroni. A iniciativa tem se mostrado eficiente para hortas em escolas públicas, mas as comunitárias ainda carecem de parcerias – pública e privada – para a semeadura. O que não intimidou o gaúcho Hans Dieter Temp. Há quatro anos ele criou a ONG Cidades sem Fome e hoje comemora 21 hortas em bairros da zona leste de São Paulo. A conquista mais recente é a área ao lado da escola municipal Arthur Chagas Júnior, em Sapopemba.

PRAÇA DAS FLORES
Onde antes nasceu a primeira horta da cidade de São Paulo, na avenida Radial Leste, esquina com a rua Bresser, será inaugurada, até o fim deste ano, a praça das Flores Alfredo di Cunto. Em um espaço de 10 mil m2, o projeto da subprefeitura da Mooca em parceria com a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente terá um viveiro de mudas para abastecer de flores e árvores frutíferas as praças dos bairros Pari, Belém, Brás, Mooca, Água Rasa e Tatuapé. No local também funcionará uma escola ambiental.

PARA FAZER UMA HORTA
Terrenos ociosos podem transformar-se em horta, desde que seja feito um contato com o proprietário ou com a subprefeitura da região para solicitar o uso do solo. É importante contatar um agrônomo para fazer a análise do solo. A Eletropaulo tem 2,9 milhões de m2 disponíveis em áreas sob linhas de transmissão (tel. 0800-7272120).

 

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