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quinta-feira, 8 de maio de 2025

RASCUNHO... A COMUNIDADE DE BOM CONVÍVIO

 

Em junho daquele ano, a feira da cidade recebeu a visita de uma de uma gente que trazia novidades para produtores rurais e agricultores familiares. Aproveitaram a semana do meio ambiente para ministrar um curso de Permacultura - Benedito já até conhecia um pouco sobre o assunto e fez grande propaganda sobre.  O professor era Australiano e morava por aqui há mais de 25 anos, mas ainda falava enrolado e contava com a ajuda da esposa para desenrolar quando fosse necessário. Sr. Expedito, passou a acompanhar a filha nas idas à feira e foi ele quem mais se benefeciou com tudo. Aprendeu como produzir de mudas: técnicas de estaquia, enxertia e alporquia. Ele aprendeu até como plantar em sistema de agrofloresta e tantas outras coisas. A cabeça fervilhou de tantas idéias. No dia seguinte conheceu um tal de fogão foguete, forno solar e uma máquina para desidratar alimentos. Nos outros dias, foram todos. O assunto era bioconstrução. Dona Rita e Batista, dessa vez, foram os que mais aproveitaram o que aprenderam. No último dia, ensinaram como captar e reutilizar águas servidas. Para fechar a semana construíram um filtro de carvão ativado passo a passo, – conhecimento e prática ancestral que deve ser repassada a todos que vivem em condições precárias no quesito abastecimento de água.  

quarta-feira, 7 de maio de 2025

RASCUNHO - A COMUNIDADE DE BOM CONVÍVIO

        A ideia era levar pra feira da cidade o excedente para a venda e ou troca. Francisca e Batista saiam de manhã cedo e só voltavam no fim da tarde. Ela, no fim da feira, catava o que sobrava ou era desperdiçado pelos feirantes. Mesmo o que era considerado imprestável ou lixo era levado para casa. Servia de alimento para os animais e de insumo para a compostagem, além do aproveitamento das sementes. Daí, agora poderiam começar a horta. Tinham tomate, pimentão, cebolinha, chuchu...

        Batista aproveitava as idas para a cidade para procurar emprego. Ele conseguiu um bico na própria feira. Começou fazendo serviços de limpeza, o que facilitava na coleta do que levavam pra casa. O local da feira estava passando por uma reforma e Batista enxergou possibilidades em muitas coisas descartadas: duas caixas d’água de 500 litros e tábuas de paletes. No dia seguinte, Janu e sua carrocinha voltaram carregados.

        Benedito logo teve duas ideias. Cavou na lateral da casa logo abaixo do telhado e enterrou uma das caixas. Ela iria servir para coletar a água da chuva. A segunda também foi enterrada no centro da horta e serviria de criatório para peixes. Na feira havia uma senhora que vendia tilápia viva. Criação de peixe garantida e fertilizante líquido também – adubação excelente!

        Durante a reforma do mercado onde havia a feira surgiu a oportunidade de emprego para Benedito na construção civil. Suas habilidades e a facilidade para aprender coisas novas possibilitou sua ocupação por tempo ilimitado. Ele se tornou o queridinho dos engenheiros da cidade. Pau pra todas as obras. O mais genial é que ele conseguia ver alternativas com outros materiais. Uma vez chegou com duas garrafas cheias de água e subiu no telhado. Improvisou uma abertura e encaixou as garrafas. O problema da casa escura foi resolvido durante o dia. O sol batia nelas e a luz entrava pelo teto. Mas nada foi tão mais importante do que ter sido contratado por uma construtora nada convencional que tinha projetos revolucionários e sustentáveis. Ela veio com a proposta de preparar sua futura equipe com o ensino de Permacultura. Lá aprendeu vários e novos métodos bioconstrutivos. O que mais chamou a atenção de Benedito foi o uso de tijolos ecológicos e o modo como eles eram feitos. Nunca imaginou que poderiam ser feitos sem precisar passar pela queima e que o cimento poderia ser substituído por cinzas, como os antigos faziam. Quando chegou em casa, reuniu todo mundo e contou aquela novidade do dia.

Dona Rita foi a pessoa que mais se espantou com a novidade. Ela herdou da avó a arte de trabalhar com barro. Usaria com certeza a nova técnica.

No dia seguinte Benedito aprendeu a construir banheiros secos, biodigestores e o que chamam de fossa verde ou ciclo de bananeiras. Não teve dúvida. A partir daquele dia soube que deveria levar seu irmão Batista, Janu e a carroça com ele. Todo o entulho útil das construções por onde passavam era agora um mundo de possibilidades.

Um dia, passando em frente a uma madeireira, Batista encontrou sobras de madeiras, tábuas e serragem e se mostrou interessado. O dono do estabelecimento vendo aquilo lhe perguntou se ele poderia fazer a limpeza do lugar quando o expediente terminasse. Ele não só limpou como também organizou. Satisfeito, o proprietário se comprometeu a ensiná-lo a arte da marcenaria. Logo foi pensando em reformar o galinheiro, aumentar a produção de ovos e começar a produzir cama de frango para incrementar a adubação da horta.

Quando a temporada do serviço da construtora chegou ao fim, Benedito resolveu começar a pôr em prática tudo o que aprendeu no canteiro de obras junto com a família. Resolveram refazer o telhado, as paredes e o fogão velho de lenha. Construíram também mais 2 cômodos. Eles mesmos fizeram os tijolos e as telhas. Fizeram também uma palhoça onde se juntavam para os trabalhos coletivos e armar as redes onde dormiram durante o período em quê a casa ficou em obras.

Em junho daquele ano, a feira da cidade recebeu a visita de uma de uma gente que trazia novidades para produtores rurais e agricultores familiares. Aproveitaram a semana do meio ambiente para ministrar um curso de Permacultura. O professor era Australiano e morava por aqui há mais de 25 anos, mas ainda falava enrolado e contava com a ajuda da esposa para desenrolar quando fosse necessário. Sr. Expedito, passou a acompanhar a filha nas idas à feira e foi ele quem mais se benefeciou com tudo. Aprendeu como produzir de mudas: técnicas de estaquia, enxertia e alporquia; aprendeu até como plantar em sistema de agrofloresta.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ÁREAS DE CONHECIMENTOS BÁSICOS PARA A EXECUÇÃO DO PROJETO:

Agricultura

Marcenaria

Construção

...

A EXPERIÊNCIA

 

Começar do zero. Antes de deixar seus locais de moradia se comprometeram a aprender as técnicas permaculturais e segui-las a risca sem fazer uso de energia elétrica e ou água encanada. 

 

Os projetos a serem postos em prática.

 

Horta comunitária: produção saudável / cultura de legumes, verduras, ervas medicinais, frutas - respeitando a época de plantio e colheita  + berçário de plantas nativas que serão plantadas no entorno das casas da comunidade.

Cozinha comunitária: local de preparação e consumo dos alimentos colhidos e produzidos no local nos fogões ecológicos e fornos solares.

Abrigo comunitário para as famílias participantes do experimento durante o período de implantação e implementação do projeto.

Captação de água da chuva do teto do abrigo direcionada para cisterna com filtro natural de carvão ativado.

Criação de aves e peixes: galinheiro e tanque de peixes com função de alimentar e produzir fertilizantes para a nutrição das plantas do local.

Compostagem: a partir das podas e restos de alimentos que não foram consumidos pelos animais

Biodigestor: água negra para produção de gás...

Coleta e tratamento de esgoto e outras águas servidas- água cinza, para rega das plantas da horta

 

O PROCESSO:

 

Todos os projetos devem ser iniciados ao mesmo tempo, em paralelo.

 

Em apenas 6 meses tudo deve ficar pronto. Todos os integrantes da família devem participar ativamente cooperando entre si no feitio / na execução / na realização de cada um dos projetos.

Nos 6 meses seguintes, o processo de construção das casas devem ser iniciados - também em conformidade com as técnicas de construção da PERMACULTURA aprendidos durante o curso. 

Após 15 dias do curso sobre técnicas permaculturais tem início a fase de coleta de insumos e outros materiais necessários para o empreendimento. Obs.: os materiais devem ser de descarte: resto de obras e recicláveis e ou provindos / provenientes de doação.

 

Madeiras

Plásticos

Metais

Sementes

Pneus

Ferramentas manuais

 

O terreno corresponde ao tamanho de um quarteirão.

Deve ser limpo e as árvores apenas podadas.

O terreno deve ser dividido em 4 quadrantes:

 

Nordeste + insolação manhã

Noroeste + insolação tarde

Sudeste + vento manhã / insolação manhã

Sudoeste  + vento tarde / insolação tarde

 

O abrigo e seu sistema de captação e reservatório de água da chuva deve ficar situado no sudeste

A cozinha comunitária no sudoeste

A horta e o criatório de animais no nordeste

A zona de saneamento, compostagem e biodigestora no noroeste

 

O abrigo será uma estrutura feita apenas com bases de sustentação para comportar redário e teto apropriado para a coleta da água da chuva e deve ficar no local mais iluminado e ventilado durante a manhã.

A horta e o local para a criação de animais deve ficar no local mais ensolarado durante todo o dia.

A cozinha comunitária deve abrigar fogões ecológicos – fogões foguetes

Na zona de saneamento e compostagem deve haver um sistema de fossa verde para a coleta do esgoto e banheiros ecológicos

Todo o material orgânico da limpeza do terreno e podas deve ser reservado no local mais ensolarado do terreno para uso posterior na horta.

AS MUDANÇAS QUE ESTÃO SENDO FEITAS ESTÃO SENDO FEITAS DENTRO DAS PESSOAS, DENTRO DO CORAÇÃO DAS PESSOAS E NÃO DENTRO DA LÓGICA DAS PESSOAS.

QUANDO ESSAS PESSOAS CHEGAREM A TER SUFICIENTE PODER DENTRO DA SOCIEDADE VÃO MUDAR A SOCIEDADE, MAS O PRIMEIRO QUE TEM QUE MUDAR É O CORAÇÃO

NÃO BUSCA CONFLITAR. BUSCA CUIDAR.

O QUE É PERMACULTURA¿

GUILLERMO GAYO – ECOCENTRO IPEC – PIRENÓPOLIS (GO)

O SIGNIFICADO DA PALAVRA É A CULTURA DO PERMANENTE, E O QUE TEM QUE SER PERMANENTE SÃO OS CICLOS PARA MANTER A VIDA NUM SISTEMA COMPLETO / COMPLEXO ONDE NÓS MORAMOS.

RESPEITAR A ÉTICA DA PERMACULTURA É IR CONTRA OS INTERESSES DE UM MODELO QUE DE FATO NÃO CUIDA DA TERRA, APENAS A EXPLORA, NÃO TEM INTERESSE EM CUIDAR VERDADEIRAMENTE DAS PESSOAS E DE TODOS OS OUTROS SERES VIVOS E MUITO MENOS COMPARTILHA SEUS BENEFÍCIOS. EM SUMA, É UM SISTEMA EQUIVOCADO / INADEQUADO – NÃO TRAZ MELHORIAS PARA A HUMANIDADE COMO UM TODO.

GUSTAVO CÍRIO –

SEM O CUIDADO COM A TERRA E OS ELEMENTOS QUE VIVEM NELA E DELA DEPENDEM E SEM A MANUTENÇÃO DOS CICLOS NATURAIS NÃO HÁ CULTURA PERMANENTE. DEVEMOS DEVOLVER PARA A TERRA O QUE TIRAMOS DELA.

A GRANDE VANTAGEM DA PERMACULTURA É QUE ELA ENSINA FAZENDO. MOSTRA UMA REALIDADE DIFERENTE. NÃO APENAS FALAR O QUE FAZER, MAS FAZER E COMPROVAR SEUS RESULTADOS: RECUPERAÇÃO DA NATUREZA, CONSERVAÇÃO DA ÁGUA E MELHORAMENTO DA QUALIDADE DE VIDA DE QUEM A PRATICA.

AS PRÁTICAS PERMACULTURAIS E SEUS RESULTADOS PODEM TRAZER A CONSCIÊNCIA ÀS PESSOAS DE QUE É POSSÍVEL PROMOVER E ALCANÇAR MELHORIAS DE VIDA COM RESPEITO AO MEIO AMBIENTE E CONVIVER COM OS DEMAIS SERES.

INFELIZMENTE, A BUSCA POR MUDANÇAS SÓ SE EFETIVA QUANDO HÁ INTERESSE ECONÔMICO. NO MOMENTO EM QUE PASSAMOS POR UMA CRISE HÍDRICA, O INTERESSE EM RESOLVER O PROBLEMA É DE CARÁTER FINANCEIRO E NÃO HUMANO / SUSTENTÁVEL. É MAIS FÁCIL ATINGIR ALGUÉM NO BOLSO DO QUE NA CONSCIÊNCIA.

POR ENQUANTO, NÓS PERMACULTORES SOMOS VISTOS COMO PESSOAS ESDRUXULAMENTE IDEALISTAS – UTÓPICAS.

TIAGO RUP –

A PERMACULTURA NASCEU NA CABEÇA DE DUAS PESSOAS, BILL MOLLISON E DAVID HOLMEGREN, INICIALMENTE NA DE BILL MOLLISON – ESTUDANTE DE AGRONOMIA DE PRÁTICAS CONVENCIONAIS QUESTIONADAS POR ELE, JÁ QUE CONCLUÍRA QUE ESSAS TÉCNICAS CAUSAVAM DESTRUIÇÃO DO MEIO E ASSIM NÃO SÃO SUSTENTÁVEIS, NÃO SÃO PERMANENTES NEM NATURAIS E O ALIMENTO PRODUZIDO NÃO É DE QUALIDADE DUVIDOSA, QUANDO NÃO DE PÉSSIMA QUALIDADE. TAL CONCLUSÃO O LEVOU A ABANDONAR O CURSO E TORNAR-SE UM AUTODIDATA E PESQUISADOR, BUSCANDO OUTRAS PESSOAS, COMO DAVID HOLMGREN, E ASSIM DESENVOLVERAM O QUE ELES CHAMARAM DE PERMACULTURA.

PABLO TRIVE –

É UM ESTILO DE VIDA, UMA METODOLOGIA E É UMA FILOSOFIA QUE SERVE PARA RESOLVER GRANDES PROBLEMAS ENFRENTADOS HOJE, TRAZENDO PARA AS PESSOAS A POSSIBILIDADE DE SE RESPONSABILIZAREM PELA SUA EXISTÊNCIA EM TODOS OS ASPECTOS.

O PROBLEMA DE NÃO NOS CONSIDERARMOS MAIS “ANIMAIS” E SERMOS “HUMANOS” COM PODER DE ADAPTAR, TRANSFORMAR E CRIAR MÁQUINAS.

MARCOS NINGUÉM – SÍTIO FAMILIAR – ALTIPLANO LESTE (DF)

A PERMACULTURA É O QUE É – UM PLANEJAMENTO COM PRINCÍPIOS ÉTICOS DE COOPERAÇÃO E SUSTENTABILIDADE - UM DESIGN DE CONEXÃO ENTRE ANIMAIS, PLANTAS, EDIFICAÇÕES E PESSOAS - E NÃO DEVE SER MODIFICADA AOS MOLDES DE CADA UM COMO ASSIM DESEJEM.

A PERMACULTURA É UMA CIÊNCIA DE PLANEJAMENTO – UM MÉTODO CIENTÍFICO DE PLANEJAMENTO DE AMBIENTES.

COMO A PERMACULTURA PODE MUDAR O MUNDO¿

MOISÉS PRESTES –

NÃO PRECISA ESTAR / VIVER NO MEIO DO MATO. NA VERDADE ESSA CULTURA DE PERMANÊNCIA COMEÇA NO DIA A DIA NO MODO COMO VOCÊ LIDA COM AS OUTRAS PESSOAS.

MORAR NA CIDADE PODE ATÉ DIFICULTAR NA DIMINUIÇÃO DOS IMPACTOS, MAS TER CUIDADO COM AS PESSOAS, COM OS DEMAIS SERES, COM A TERRA E COM OS RECURSOS NATURAIS PODEM SER PRATICADOS NO MEIO URBANO TAMBÉM. SEPARAR LIXO ORGÂNICO DO RECICLÁVEL JÁ É UMA GRANDE CONTRIBUIÇÃO.

FRASES COMO: O SEU FUTURO HOJE, O QUE VOCÊ DESEJA É PRA JÁ E NÓS TEMOS O QUE VOCÊ PRECISA SÃO METÁFORAS DA VISÃO IMEDIATISTA DE NOSSO TEMPO – TUDO TEM QUE SER CONSEGUIDO PRONTO E DE PRONTO. QUEREM OS FRUTOS DA COLHEITA SEM TEREM PARTICIPADO DO PLANTIO.

E OS FRUTOS¿

ÀS PESSOAS QUE FORAM RESPONSÁVEIS PELA PRODUÇÃO DESSES FRUTOS SÓ LHES RESTA A MISÉRIA, O DESPREZO E O PRECONCEITO POR PARTE DAQUELES QUE COLHEM SEM PLANTAR. SOCIALMENTE ESSAS PESSOAS COSTUMAM OCUPAR, NA PIRÂMIDE DE SERVIÇOS, A BASE. NÃO À TOA SÃO OS ESSENCIAIS, SEM OS QUAIS, OS DEMAIS NÃO SOBREVIVEM.

PRODUZIR ALIMENTO É O BÁSICO E O ATO MAIS REVOLUCIONÁRIO E SUBVERSIVO DE SER COMETIDO. É LIBERTADOR.

GINO VIVONE –

BILL MOLLISON, O PAI DA PERMACULTURA, DIZ QUE O GRANDE EMPODERAMENTO ESTÁ EM PRODUZIR SUA PRÓPRIA COMIDA E ASSIM TAMBÉM REDUZIR SUA PRÓPRIA PEGADA ECOLÓGICA DO CONSUMISMO.

A PERMACULTURA ESTÁ NA AGROFLORESTA E NA AGRICULTURA URBANA. SER PERMACULTOR É FAZER USO DE TECNOLOGIAS AGREGADAS AOS CONHECIMENTOS NATURAIS.

SER PERMACULTOR É SE TORNAR INDEPENDENTE DESSE SISTEMA DE PRÁTICAS CONVENCIONAIS E CONSCIENTE DA ORIGEM DESSE ALIMENTO. QUEBRAR ESSE ELO É NECESSÁRIO E CADA VEZ MAIS URGENTE.

FALAR EM SE RESPONSABILIZAR PELA NOSSA PRÓPRIA EXISTÊNCIA INCLUI, ÓBVIO, QUAL DESTINO DARMOS AOS NOSSOS PRÓPRIOS EXCREMENTOS.

E A NOSSA MERDA¿

É IMPORTANTE SABER QUAL É O DESTINO DE NOSSOS DEJETOS EM UM SISTEMA CONVENCIONAL. – COMPREENDER QUE TAL “SOLUÇÃO” É EQUIVOCADA E ACABA POR GERAR OU AGRAVAR OUTROS PROBLEMAS.

MAS, PRIMEIRAMENTE É FUNDAMENTAL QUE HAJA A MUDANÇA NO PENSAMENTO. SABER QUE NA PERMACULTURA, COM MANEJO ADEQUADO, EFICIENTE E VIÁVEL FINANCEIRAMENTE, ATRAVÉS DE PROJETOS DE SANEAMENTO ECOLÓGICO É POSSÍVEL TRANSFORMAR UM PROBLEMA AMBIENTAL EM UMA SOLUÇÃO OU BENEFÍCIO – “HUMUS SAPIENS”.

E AS SEMENTES¿

PERMACULTURA NÃO É UMA UTOPIA. OS CENTROS PERMACULTURAIS PROVAM E COMPROVAM ISSO. LÁ EXISTEM PESSOAS QUE COMPARTILHAM A MESMA CRENÇA E CONSCIÊNCIA UTÓPICA DE QUE O MUNDO PODE SER MELHOR.

 

 

RASCUNHO - A COMUNIDADE DE BOM CONVÍVIO

 

Seu Expedito e dona Rita têm 3 filhos e vivem na periferia na parte mais afastada do centro da cidade. Nas proximidades vivem mais 7 famílias.

Gente de pouca instrução, mas determinada a sobreviver – resistir. Vieram a pé, puxando o jumentinho Januário, margeando o rio, trazendo apenas as malas de roupas, duas panelas, alguns outros utensílios de casa e o resto dos mantimentos na carrocinha – um pouco de feijão, milho e jerimum. Trouxeram também, 2 frangas e 1 galo. Não tinham pressa de chegar onde quer que fosse.

A primeira parada – que findou sendo definitiva, foi numa casa de taipa abandonada quase prestes a cair. Os filhos cataram lenha e a mãe logo ascendeu o fogão velho e cozinhou jerimum. De bem cansados dormiram logo. Ela sabiamente guardou as sementes. Parecia prever futuro.

No dia seguinte, bem cedo, os filhos saíram em busca de algo para comer. Encontraram bananas, ainda verdes, goiabas e mangas. O filho mais velho ainda conseguiu pegar 3 peixes.

Não sabiam quantos dias ficariam por ali, mas... foram ficando. Ficaram.


RASCUNHO - A COMUNIDADE DE BOM CONVÍVIO

 

Com o tempo o lugar foi se tornando mais familiar. Eles sentiram a necessidade de fazer melhorias na casa e ao seu redor. Previram as chuvas. E resolveram se preparar. As frangas que agora eram galinhas botaram os primeiros ovos. Uma delas chocou 5 ovos. Os ovos da segunda separaram para o consumo e sustento diário. Consertaram temporariamente o telhado, usando palha que encontraram no caminho. Também fizeram cestos para guardar o que coletavam: coco, frutas e sementes.

Na segunda semana resolveram plantar as sementes que eles trouxeram e começaram a preparar a terra para isso. Fizeram a poda das árvores próximas e a capina do mato para cobrir o solo e garantir fertilidade e mais umidade. A primeira chuva do ano veio e eles plantaram primeiro o milho e em seguida o feijão e o jerimum. Seria a garantia de comida e mais sementes de reserva para o replantio. Chegou a hora de recolher as galinhas e os futuros galos. Improvisaram um galinheiro aproveitando a latada de um pé de bucha vegetal e melão de São Caetano.


A COMUNIDADE DE BOM CONVÍVIO - MAIS UM TEXTO EM PROCESSO DE EDIÇÃO - P ANÁLISE CRÍTICA, CORREÇÃO E REPRODUÇÃO TEXTUAL

 


Uma nova comunidade se formou. A batizaram de BOM CONVIVER / BOM CONVÍVIO. No momento ela ainda não pode divulgar sua localização, afinal é uma formação nova, ainda em fase de teste. No momento ela tem 10 famílias. O que elas têm em comum? Força, fé e um grande desejo de mudança e independência – autonomia. A vida deles mudou desde que conheceram a PERMACULTURA e seus projetos com tijolos ecológicos, bambu, pneus, garrafas pet...

Em 1º de janeiro de 2019, a família de seu Expedito e dona Rita batem em retirada forçada de sua terra sob ameaça latifundiária. Como milhares iguais a eles se vêem obrigados a buscar refúgio em outro lugar, na cidade mais próxima.

Sr. Expedito: 55 anos, pai, agricultor

Dona Rita: 51 anos, mãe, empregada doméstica / dona de casa e cozinheira

Benedito: 29 anos, filho mais velho, trabalha na construção civil

Batista: 27 anos, filho do meio, é marceneiro

Francisca: 25 anos, filha mais nova, feirante


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